Em contraponto à "arquitectura uterina", que escava a natureza, desenvolvendo formas através da subtracção de elementos, temos outro tipo de construção, assente na adição de elementos.
Teppe índio
O elemento vertical é o ponto central das primitivas construções, sendo suporte de toda uma estrutura que constituirá o abrigo. Sobre este suporte aparece a “pele” da habitação, seja ela em couro de animais ou tecida em palha/finos troncos de madeira, por vezes recorrendo a argamassas na sua junção. É habitural a ornamentação, quer por meio de pinturas quer pela própria foama de "tecer" a palha.
Nessa pele, o elemento “protector” do abrigo, ressurge o carácter feminino da construção, contraposto à estrutura imóvel e rígida (elemento masculino).
Cabanas antigas de estrutura de madeira com membrana exterior de palha
Abrigos com revestimento em palha e terra
Na sua análise da habitação primitiva Semper dividia-a em quatro elementos essenciais: “ o lugar do fogo”, o embasamento, a estrutura e a membrana de protecção.
Esta divisão é claramente ligada a uma visão etnográfica da construção.
O abrigo inicial é descrito como a constituição de um micro-mundo e a sua interpretação está notoriamente ligada à visão cosmológica dos seus construtores.
Hoje as ideias que estão na base do desenvolvimento de um edifício não reunem por certo a visão cosmológica do seu arquitecto.
Ainda assim o conceito "Pele" é usado, mantendo o seu carácter de protecção e ornamento.
Guys Hospital - Uma membran metálica forma "tece" a fachada do Edifício.
Uma boa maneira de repensar a arquitectura sob um ponto de vista sustentável partirá certamente pela análise dos modelos antigos de "pele" e pela aplicação de lógicas semelhantes nas actuais arquitecturas.