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22/04/2020

A arquitectura saudável - Ventilação passiva

Toda a arquitetura sustentável é pela sua própria natureza saudável. Contudo podemos distinguir aspetos os estratégias que permitem gerar um ambiente mais higiénico e consequentemente reduzir a probabilidade de ocorrência de doenças ou epidemias.


A qualidade do Ar
Nestes tempos de pandemia de covid 19 é mais importante do que nunca falar dos sistemas que permitem a baixo custo melhorar a qualidade do ar interior de uma casa ou edifício. O principal elemento é sem dúvida a renovação do ar que permite a eliminação de partículas nocivas ou tóxicas no interior da habitação.

A ventilação passiva
A ventilação pode ser efetuada sem recurso a equipamentos mecânicos. Neste caso não tem gastos energéticos e é portanto mais amiga do ambiente. Ao mesmo tempo não há condutas, filtros ou elementos adicionais para limpar, reduzindo-se assim a possibilidade de ocorrência de doenças como a legionella ou alergias de ácaros. A ventilação passiva é assim o sistema mais saudável e sustentável que a arquitectura tem ao nosso dispor. Um dos sistemas de ventilação passiva mais eficazes e fáceis de implementar é a ventilação transversal.

A convecção 
A convecção é o processo físico que a arquitetura sustentável usa para fazer a ventilação passiva  transversal. O ar é constituído por moléculas de diferentes tipos. As mais pesadas descem por gravidade e as mais leves sobem. O ar quente tem moléculas em movimento e consequentemente ocupam mais espaço. se ocupam mais espaço são obviamente menos densas e portanto mais leves. Se são mais leves sobem. Isto é o fenómeno de convecção.

A ventilação transversal
Quando temos duas fachadas disponíveis num edifício, temos exposições solares distintas. Como tal, as temperaturas exteriores das fachadas vão ser diferentes. Assim, o arque está junto a estas fachas tem também temperaturas distintas. Torna-se assim claro o fenómeno que é popularmente conhecido como corrente de ar. Ele ocorre porque duas janelas abertas em fachadas distintas fazem com que massas de ar quente e ar frio se desloquem de modo a ocupar as posições de acordo com a sua densidade. Ou seja, movimentam-se de acordo com o princípio da convecção. Ora este é um processo extraordinariamente eficaz para efectuar a renovação do ar.

Ventilação transversal por convecção


Exemplo de arquitectura saudável com ventilação transversal 
O sanatório de Paimio, na Finlândia, desenhado por Alvar Aalto no século passado é um exemplo extraordinário da utilização da convecção e da ventilação transversal de modo a efectuar a renovação do ar interior. A baixa profundidade entre fachadas acentua enormemente este efeito e torna a renovação do ar um processo confortável e eficaz neste imóvel destinado ao tratamento da tuberculose.

Sanatório de Paimio na Finlândia - Arquitectura saudável

10/08/2018

Plantas para purificar o ar interior de casa

A qualidade do ar que respiramos é algo de extrema importância para mantermos um estilo de vida saudável. Se é certo que a arquitectura tem um papel fundamental na escolha dos materiais e no modo de efectuar a renovação de ar, é também fundamental entender que está ao nosso dispor a possibilidade de purificar o ar através da utilização de plantas.

O que é a má qualidade do ar?
A má qualidade do ar resulta essencialmente de partículas em suspensão que se acumulam na nossa casa e que são no fundo prejudiciais ao nosso sistema respiratório em particular. Alguns microorganismos nocivos à nossa saúde podem também sobreviver em ambientes com baixa iluminação e elevada humidade.

De onde vem a má qualidade do ar interior?
A má qualidade do ar interior provém maioritariamente de agentes externos como os escapes dos automóveis, chaminés externas, poeiras de construção, etc... Contudo os materiais que revestem o interior da habitação podem eles também possuir propriedades que os levam a libertar partículas nocivas para a nossa saúde.
Os arquitetos devem ter noção que algumas fontes são particularmente nocivas:
- fibras de amianto ( produto cancerígeno)
- vapor de formaldeído
- compostos orgânicos voláteis
- fumo de tabaco ou cinzas
- gás radão ( libertado pelo granito )
- polímeros degradados ( plásticos ressequidos)
- pinturas não biodegradáveis
-deficiente manutenção dos aparelhos de climatização como o ar condicionado ou condutas de ventilação
Convém salientar que o uso intensivo da abrasão sobre vários materiais pode também causar maior proliferação de poeiras e partículas.

Como purificar o ar interior?
O ar interior pode ser purificado de diversas formas:
- Sempre que a qualidade do ar exterior o permitir a ventilação natural deve ser a opção por ser a solução mais sustentável.
- Eliminar a fonte poluente interior, removendo o material ou o equipamento.
- Revestir o material que emite as partículas. Tapar as fendas do granito, reduzindo a superfície em contacto directo com o ar reduz a exposição a este agente.
- Por fim, utilizar as plantas enquanto agente purificador.

Que plantas podemos utilizar para purificar o ar?
De acordo com uma publicação da NASA, Interior Landscape Plans for Indoor Air Pollution Abatement , publicação de 1989, são várias as espécies que podemos utilizar de acordo com a estratégia que pretendemos. Vejamos em seguida quais as mais indicadas para cada grupo de poluentes.


Plantas para eliminar o xileno e o formaldeído

Para eliminar o forlamdeído ou metanal ( presente em alguns papeis e que causa irritação nas fossas nasais) ou o xileno ( presente nos derivados do petróleo como a borracha e que pode causar tonturas e problemas cardio respirtatórios) estas são as plantas mais aconselhadas:


-  Nephrolepis exaltata, conhecida como Samambaia americana, herbácea rizomatosa com folíolos longos e rectilineos
Nephrolepis exaltata

- Nephrolepis obliterata, outra herbáce rizomatosa com folíolos mais verticais 

Nephrolepis obliterata


- Phoenix roebelenii  também conhecida como Tamareira-anã , palmeira anã, tamareira de jardim ou Palmeira-fénix.


Phoenix roebelenii 


- Chlorophytum comosum conhecido como Clorofito

Chlorophytum


- Chamaedorea seifrizii, também chamada de Palmeira bambu ou Palma bambu

Chamaedorea seifrizii

- Ficus benjamina que é também reconhecida como Figueira Benjamim 


Ficus benjamina


- Spathiphyllum mauna loa também chamado de Lírio da paz ( mais indicado para o xileno)


Spathiphyllum


- Chrysanthemum morifolium também conhecido como Crisântemo  ( também mais adequado para remover o xileno)



Chrysanthemum morifolium


Plantas para eliminar o benzeno

Para eliminar o benzeno que é encontrado nos plásticos, no fumo do tabaco, nos detergentes, nas colas, nas tintas e nas ceras temos disponível outra família de plantas:


- Aglaonema modestum chamada de aglaonema



Aglaonema modestum



- Epipremnum aureum ou melhor conhecida como Jiboia ou hera-do-diabo



Epipremnum aureum

Mais eficaz para remover o amoníaco temos um novo conjunto de plantas. O amoníaco é tóxico e está presente em limpa vidros, adubos, ceras e alguns sais perfumados.




- Anthurium andraeanum reconhecido como Antúrio

Anthurium andraeanum


- Rhapis excelsa chamada de Palmeira-ráfis ou Palmeira-dama 


Rhapis excelsa


Plantas para eliminar o tricloroetileno

Para eliminar o tricloroetileno, estas são as plantas mais indicadas. A exposição excessiva ao tricloroetileno pode causar tonturas náuseas e vómitos. O tricloroetileno está presente em solventes e decapantes, aparecendo em produtos químicos como detergentes.


- Liriope spicata conhecida como Liriope

Liriope spicata

- Gerbera jamesonii chamada de Gerbera ou Margarida do Transval

Gerbera jamesonii

- Dracaena fragrans conhecida como massangeana

Dracaena fragrans


- Dracaena marginata chamada de Dragoeiro de Madagáscar

Dracaena marginata


- Sansevieria trifasciata laurentii chamada de Espada-de-são-jorge, Espada-de-santa-bárbara 



Sansevieria trifasciata laurentii


- Hedera hélix chamada Hera com flor

Hedera hélix

A importância das plantas de jardim interior na arquitectura

Torna-se assim evidente o papel que as plantas podem ter na purificação do ar. Cabe-nos a todos pensar em estruturas que permitam incorporar estes jardins interiores de modo a tirar partido destes processos fisiológicos que nos são benéficos. Os jardins interiores de inverno ou os jardins verticais são assim espaços fundamentais a incorporar pelos arquitectos nos projectos de arquitectura.

22/09/2015

Desenhar Ciclovias para a cidade

As minhas obrigações profissionais não me têm permitido acompanhar o blogue com o carinho que desejava. Contudo encontrei um espaço de tempo para escrever um pouco sobre um tema que considero fundamental: a necessidade de desenhar ciclovias nas nossas cidades.
Aumentaram os ciclistas
Vivo no Porto e vejo com enorme alegria que todos os dias aumentam os utilizadores de bicicletas. Isso é maravilhoso pois só assim se justificarão as ciclovias.
Código da estrada revisto
Por outro lado, o código de estrada foi revisto recentemente e introduziu alguma protecção aos ciclistas, nomeadamente no que diz respeito às ultrapassagens. Durante uma ultrapassagem o ciclista tem agora direito a um espaço de segurança de praticamente meia faixa de rodagem.
Mas temo que isto nos faça esmorecer a esperança de ciclovias pois parece que tudo ficou resolvido.
O problema continua
Na realidade continuamos com a carência de ciclovias pois os ciclistas nos passeios podem de facto atropelar pessoas de mobilidade reduzida e os estacionamentos em segunda fila continuam a ser uma praga e uma fonte de perigosos acidentes.
Um apelo
Pois deixo aqui um apelo a todos. Continuem a exigir ciclovias. A maior parte das ruas estão com as faixas mal dimensionadas, o que significa que estamos a discutir um investimento de uma simples pintura para desenhar uma ciclovia nos arruamentos das nossas cidades.
Em baixo podem ver um projeto dos arquitectos da Utopia apresentado à Câmara Municipal do Porto sem custos para esta e que infelizmente ficou adiado. No fundo os arquitectos desenharam ciclovias para o Porto apenas com pinturas nas ruas. Assim, o meu objectivo manter-se-á de pé:
- Mais ciclovias para todos!

Arquitectos da Utopia desenham ciclovias

As futuras ciclovias do Porto apenas com pinturas