31/03/2013

Tratamento de Jardins


Tratamento de jardins
Creio ser importante começar a falar sobre o tratamento de jardins e espaços verdes, aspecto que é muito desconhecido e muito pouco abordado hoje, levando a erros graves por ignorância ou falta de cuidado.

Transplante de árvores
Nesta época convém dar especial importância ao transplante de árvores. A grande maioria das árvores pode ser transplantada desde que se tomem os devidos cuidados. Algumas árvores nutrem até especial resistência como a Oliveira, aguentando especiais períodos de tempo como semanas inteiras fora de terra sem no entanto se debilitarem.
Entre as árvores mais propensas ao transplante destacam-se estas: Figueira, Amieiro, Bétula, Olmo, Bordo, Pinheiro, Oliveira, Nogueira, Salgueiro e Choupo.


Idade das árvores
Convém salientar que as árvores mais novas resistem sempre melhor que as mais velhas.

Época de Transplante
Ao mesmo tempo a escolha da época é fundamental. A Primavera é de longe a melhor época de transplante.

A terra do novo espaço
Deve possuir as mesmas características do original e quanto mais terra se possa levar da origem, muito melhor será para a árvore

O que fazer no momento da transplantação
A arvore deve ter a raíz e a terra que a envolve protegida da luz ou radiação solar e com um material impermeável que retenha a humidade como o plástico opaco preto e deve esta zona ser protegida das temperaturas mais extremas. A copa virada a sul deve também ficar virada para cima no caso de não se aguardar o tranplante no local original.

A poda
A poda deve reequilibrar a árvore com a sua raíz agora mais pequena.
Depois de aberto o novo local e colocada a árvore esta deve ser executada o quanto antes. Caso não seja possível, uma estaca deverá ser colocada até que a raíz se adapte ao novo local e compacte a terra.

A rega
A maior parte das árvores deverão ser regadas com frequência após o transplante, facilitando a aquisição dos nutrientes e compactando a terra em equilíbrio em redor da raíz.


Arquitecto paisagista
Agora não há nenhuma razão para abater árvores por causa de qualquer construção ou pavimentação. O transplante é uma solução viável e equilibrada. Se tiver dúvidas consulte um biólogo ou arquitecto paisagista.


Transplante de Figueira - arquitecto paisagista




17/03/2013

Coberturas ajardinadas

Creio que é importante falarmos um pouco sobre as coberturas verdes e as lições que a natureza nos dá.

A cobertura verde da natureza

Proponho falarmos da vegetação sedum que é comum entre nós designar como arroz-dos-telhados. Nasce precisamente em telhados, fragas graníticas, maciços calcários onde se depositam poucos nutrientes e resiste a condições extremas de pouca humidade, muito calor e muito frio. Esta planta é assim fundamental para os arquitectos amigos do ambiente.

A cobertura ajardinada dos arquitectos
Na realidade durante muito tempo foram colocadas coberturas ajardinadas com um mínimo de 30cm de terra. Hoje muitos arquitectos continuam a fazê-lo. Todavia isso já não é mais necessário pois se aproveitarmos a lição da natureza podemos aplicar sedum num substracto com 10cm de espessura. Os custos da estrutura baixam imenso e com isso os custos ambientais também.
Resta-nos olhar mais para a natureza e aprender as lições que ela nos dá.
Em baixo estão duas imagens de sedum em estado natural sobre uma rocha calcária em pleno inverno e uma cobertura inclinada ajardinada em que plantamos sedum.

P.S.: Esta planta é especial para mim. Esta foi a primeira casa ecológica onde colocamos Sedum e os custos baixaram imenso.

Sedum em estado natural selvagem

Sedum em cobertura inclinada dos arquitectos Utopia

31/01/2013

Arquiteto paisagista

Creio ser importante falar um pouco sobre o projecto de arquitectura paisagística e do arquitecto paisagista. Nos tempos actuais existem fortes preconceitos e ideias feitas relativamente à paisagem e ao arquitecto paisagista. Creio que leituras chave como a Árvore em Portugal de Gonçalo Ribeiro Teles são leituras fundamentais a este respeito.

Em primeiro lugar a arquitectura paisagística é indissociável do mundo rural, da política florestal, da agricultura e dos recursos hídricos. A organização da paisagem é a organização da relação entre as cidades e estes quatro elementos.

O papel do arquitecto paisagista é introduzir os elementos necessários no projecto de arquitectura para possibilitar a harmoniza e a valorização destes aspectos por vezes contraditórios mas que podem coexistir e valorizarem-se mutuamente.

Vejamos um exemplo de arquitectura paisagística tradicional onde todos estes elementos se encontram perfeitamente equilibrados e em mútuo benefício trata-se do parque nacional da Peneda-Gerês.

Repare-se como as construções se encontram no sopé da montanha concentradas para se protegerem dos ventos, reduzirem caminhadas, próximas dos campos para trabalhar e dos recursos hídricos mas sem se encontrarem no meio da floresta onde poderiam ocorrer fogos que poderiam por em risco as habitações.
Atente-se como se organizam os prados nas zonas mais altas da montanha livres de ocupação construtiva e disponíveis para o pastoreio.
Veja-se como o minifundio usa os muros enquanto divisão da propriedadade mas como esses muros fixam nutrientes e protejem os campos dos ventos mais agrestes. Estes campos aproveitam também os recursos hídricos nas zonas mais baixas.
Observe-se como a floresta é composta por carvalhos de espécies diversificadas produzindo os recursos necessários para a população.

A arquitectura paisagistica é uma das mais claras manifestações da arquitectura sustentável e a paisagem tradicional portuguesa tem assim projectos de arquitectura e recursos de aprendizagem absolutamente soberbos.


O arquitecto paisagista e a arquitectura paisagística portuguesa