Climatização ecológica com arrefecimento passivo
Ora, é precisamente do desconhecimento que pretendo falar. Na realidade, os arquitectos, os engenherios e os legisladores desconhecem as possibilidades alternativas no que diz respeito à climatização passiva.
Ora é perfeitamente possivel criarmos zonas de fachada com zonas de sobreamento e consequentemente protegidas da radiação solar. Essas zonas sombreadas vão possuir temperaturas inferiores. Se estas estiverem em contacto com o interior e o interior possuir pequenas aberturas na fachada oposta, desencadeia-se uma corrente de ar que permite o arrefecimento. O ar destas zonas mais frias é assim introduzido dentro o edifício. Esta técnica é conhecida desde os anos 30 e foi executada em inúmeros edifícios por arquitectos portugueses em Africa, local onde os recursos financeiros eram reduzidos mas onde o conforto era uma prioridade.
O exemplo da arquitectura portuguesa dos anos 60
O arquitecto Francisco Castro Rodrigues é um exemplo extraordinário da implementação de uma climatização ecológica. Analisemos o caso do Liceu do Lobito. Aqui a fachada sombreada cria zonas de baixa temperatura e diferente pressão que permitem arrefecer a escola. A ventilação transversal faz o resto do trabalho de renovação de ar. Nenhum sistema ou equipamento mecanico é utilizado. Apenas o engenho de com poucos recursos, climatizar o edifício. è preciso seguir os exemplo do tempo em que a ecologia não era um luxo mas uma necessidade financeira e técnica. Estas lições não se podem perder.
Liceu no Lobito - Fachada com palas horizontais |