31/12/2012

Onde Aumentar a Eficiência energética?

Onde  aumentar a eficiência energética da nossa casa?

Na realidade as perdas energéticas de uma casa calculam-se em média nas seguintes zonas de acordo com um estudo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto para o território de Portugal Continental:

-42% pelo tecto
-24% pelas paredes
-12% pelas janelas
-12% pela chaminé
-10% pelo pavimento

Impressiona o facto de quase metade ser perdido pelo tecto. Creio que o facto se deve ao período de aquecimento que em Portugal ainda é o mais importante e a questão de o calor se dissipar pela cobertura. Todavia o efeito de estufa de verão em muitos sotãos também contribui para esse resultado.
Assim sendo, qualquer reabilitação ou projecto de arquitectura que pretenda ser sustentável ou eficiente em termos energéticos terá de ter sucesso no isolamento térmico do tecto e cobertura.
As paredes apesar de se tratarem de um quarto da perda não representam 1/4 do investimento da casa em acabamentos, mas bastante mais, pelo que existindo poucos recursos não deverá ser dada aqui grande prioridade a não ser que a situação existente seja a este nível muito má.
As janelas terem a mesma percentagem que a chaminé não deixa de ser surpreeendente, pois o investimento num simples registo ou válvula é infinitamente inferior à aplicação de nova caixilharia e vidro.
O pavimento parece ser assim também uma pequena surpresa. Apesar de vasto  a perda não é significativa.

Assim, estas percentagens merecem cuidado e muita atenção na hora de investir na reabilitação ou construção da casa.

02/12/2012

Projectar e reabilitar com bioplásticos

Creio ser importante dar um desafio aos arquitectos:
Projectar e reabilitar com bioplásticos.

Um bioplástico, como o próprio nome poderá indicar, consiste no fundo num plástico que é biodegradável e pode ser produzido por biopolímeros.
Os biopolímeros podem todavia ser produzidos a partir de  resíduos agropecuários, como da cana-de-açúcar, da soja, do milho, do amido de batata, etc.
No fundo o oléo que aglutina o bioplástico não é produzido por derivados do petróleo como no plástico tradicional mas sim com origem vegetal ou animal. Trata-se assim de um produto biodegradável e protege o meio ambiente.

Se pensarmos que podemos todos produzir bioplásticos com ingredientes da nossa cozinha, como amido, azeite, gelatina e um ou outro corante, aplicar uma cozedura de 30 minutos no micro-ondas, moldar e esperar 48 horas o resultado pode ser muito interessante.
Embaixo está o exemplo de uma carteira, mas as possibilidades são imensas na bijuteria ( porque não reavivar a tradição artesanal em massa? ), no mobiliário ou nos brinquedos da criançada.

Arquitectos e designers, vamos ao trabalho!


Bioplástico aetesanal para carteira

31/10/2012

Casa Eficiente - Consumo de Energia

Como é evidente nem todos podem construir uma casa eficiente nova com elevados padrões de sustentabilidade e assim reduzirem os consumos de energia. Ao mesmo tempo, não é até uma certeza que essa mesma caso nova seja mais sustentável ou ecológica que a reabilitação ou reciclagem de um edifício antigo.
Assim sendo, temos nós arquitectos que nos concentrar cada vez mais na sensibilização dos cidadãos para procedimentos mais amigos do ambiente e compatíveis com os seus recursos financeiros. Isto porque a sustentabilidade até é verdadeiramente amiga da carteira.
E vou mesmo mais longe, uma das coisas boas que a actual crise financeira/económica nos trouxe é precisamente a disponibilidade dos cidadão para adquirirem comportamentos que lhes poupam a carteira e o ambiente. Deste modo há que aproveitar o vento e sensibilizar a população.

Se todos adquirirem um pequeno equipamento como um medidor de consumo de energia eléctrica (imagem em baixo) rapidamente chegam à conclusão seguinte:

- Por cada vez que abrir o frigorífico paga cerca de 0,9 cêntimos
- Se colocar a televisão com menos brilho poerá reduzir o consumo quase para metade.
- Reduz os consumos de iluminação para 1/4 se substituir lâmpadas incandescentes por lampadas de halogénio
- Pode pagar menos 3 por mês se desligar um dos equipamentos em stand-by como o televisor ou rádio.
- Pague menos metade do consumo do termo acumulador se tiver tarifa bi-horáriae ligar um interruptor relógio ao mesmo.
- Pode descobrir ainda outras zonas de poupança se investigar o seu próprio caso com um medidor semelhante a este.

Com a sua ajuda vamos todos ter uma casa mais eficiente e declarar guerra ao desperdício!

Medidor de consumo electrico para casa eficiente

30/09/2012

Reabilitação dos Jardins suspensos

Creio ser altura de começarmos a falar novamente sobre o que podemos fazer sem construção para tornarmos a arquitectura mais amiga do ambiente.
Chamo particular atenção hoje para o papel das varandas enquanto jardins suspensos na criação de um microclima aumentanto a humidade relativa na zona da fachada, o sombreamento, a redução da amplitude térmica e o consumo de dióxido de carbono.
No fundo é uma solução que viaja desde a antiguidade e que deve ser reabilitada e reinterpretada nos nossos dias de hoje.
Este processo pode decorrer paralelamente nos edifícios antigos e nas novas construções. Se todos nós cultivarmos um vaso que seja numa varanda oou peitoril, a redução de co2 seria absolutamente extraordinária.

Aqui fica um simples exemplo, extremamente pequeno, mas que se generalizado teria enorme impacto nas nossas cidades.

Porto - Edifício por reabilitar com varandas verdes














Em baixo um projecto de arquitectura que realizamos para Angola em que os jardins suspensos nas varandas têm um papel fundamental na arquitectura sustentável do edifício.
Angola - Edifício moderno - Jardins suspensos nas varandas
















Se todos contribuirmos. o planeta e a cidade tornam-se sem dúvida um lugar melhor para viver.

31/08/2012

Casas de madeira


Ultimamente tenho tido mais contacto com o sector das casas de madeira face a um projecto de uma casa de madeira que estamos a desenvolver no nosso gabinete de arquitectos e reparo que a informação junto dos construtores e fabricantes da indústria das madeiras, derivados da madeira, casas de madeira e mesmo mobiliário é escassa ou inexistente no que diz respeito à certificação ambiental.
Todos os arquitectos deverão exigir sempre madeira certificada, pois temos assim a certeza de que aquela madeira foi criada numa floresta que obedeceu a princípios de sustentabilidade no seio do ecossistema que a envolve.
 As casas de madeira têm agora uma grande procura mas devemos equilibrar essa procura exigindo certificação ambiental FSC. Consulte este site português para obter mais informações sobre a certificação da madeira.

casa de madeira certificada fsc
casa de madeira certificada

31/07/2012

Reabilitação das Aldeias do Xisto - Cerdeira

Reabilitação de aldeia em xisto - Cerdeira

Creio ser altura de falar de alguns extraordinários exemplos de reabilitação de aldeias em Portugal. A aldeia de xisto de Cerdeira é um desses exemplos. Esta pequena aldeia da serra da Lousã viu a população desaparecer no final do século passado. Muito poucos resistiram. Esses poucos iniciaram a reabilitação da aldeia com enorme empenho e esforço pessoal sendo um exemplo de preserverança para as aldeias semelhantes.
De facto a aldeia esta constructivamente bastante bem recuperada e valorizada de modo autêntico.
Mas algo torna esta aldeia ainda mais particular. Para além de um considerável investimento particular e de uma enorme qualidade nos pavimentos exteriores creio que a criação de uma pequena oficina artesanal de Kerstin Thomas e a promoção de eventos relacionados com o artesanato, o design, a música e a arte em geral torna esta aldeia absolutamente única.
Na realidade a reabilitação de uma aldeia ou a recuperação de casas e do património não pode apenas passar pelos edifícios, e Cerdeira mostra-o bem com a introdução de cultura e arte erudita no ambiente rural.
Cerdeira renovou o xisto mas renovou sobretudo mentalidades!





Aldeia do xisto
Aldeia de Xisto de Cerdeira



Recuperação de casas
Cerdeira - Casa a reabilitar
Reabilitação de aldeia
Casa recuperada de xisto




reabilitação de casas
Cerdeira - arquitectura popular


reabilitação de casa
cerdeira - primeira casa a ser reabilitada

29/06/2012

Arquitectos e o arrefecimento evaporativo

Creio ser muito importante falar de um processo de arrefecimento absolutamente natural e ancestral sem qualquer custo energético e que deveríamos por em cima da mesa dos arquitectos pois foi algo abandonado. Trata-se do Arrefecimento evaporativo. Seé verdade que existem alguns exemplos com bombas de água istaladas em aparelhos modernos com baixo consumo energético, creio que o melhor é falar do princípio e não das aplicações mais modernas.
O princípio é simples e encotra-se em civilizações antigas como a Suméria. Trata-se de fazer evaporar a água que através desse processo permite baixar significativamente a temperatura ambiente. Todos nós já experimentamos aquela sensação de ar frio que emana de um poço. É precisamente esse processo. Trata-se de executar um furo na habitação que entre em contacto com uma superfície humida que permita depois através de um processo de ventilação natural entre uma chaminé  e um fur no exterior, permite o arrefecimento de todas as divisões abrangidas. Creio que a imagem em baixo, esclarece melhor o processo. Os arquitectos deveriam estar sensibilizados para estas técnicas pois não consomem nenhuma energia.
Deste modo se conhecer um arquitecto ou alguém que pretenda construir uma casa, por favor fale-lhe do arrefecimento evaporativo. É algo simples e que os meus colegas arquitectos na Utopia já aplicaram com resultados francamente positivos.

Edifício de arquitecto com arrefecimento evaporativo

30/05/2012

Eficiência energética e o arquitecto

A etiqueta da eficiência energética é um dos instrumentos fundamentais para o arquitecto ou consumidor na altura de escolher os equipamentos. Apresenta não só a energia consumida como em alguns casos a água e o ruído praticado pelo respectivo equipamento.

Fornos electricos, máquinas de lavar roupa e loiça, lâmpadas, ar condicionado,  e outros são exemplos de equipamentos que a apresentam obrigatoriamente desde 1992. Mais recentemente nova legislação resulta da Directiva 2010/30/CE e Directiva 2009/125/CE retirando aparelhos do mercado e introduzindo a obrigatoriedade noutros. Televisores e Frigoríficos foram aparelhos agora englobados nesta nova legislação.

A etiqueta está preparada para ser lida igualmente em todas as línguas da União Europeia. A diferença entre a eficiência de uma letra para outra pode rondar 30%.
A informação disponibilizada na etiqueta depende do electrodoméstico em causa. 
Compare os equipamentos e adicione um crescimento da factura energética de 3% ao ano nos próximos 10 anos e estime bem os seus custos.

Teremos assim uma mundo e arquitectura mais sustentável assim como uma carteira mais recheada!


Etiqueta da eficiência energética

30/04/2012

Aquecimento da casa - poupança energética

O arquitecto e o aquecimento da casa

Os custos do aquecimento de uma casa têm vindo a disparar acompanhando sensivelmente o preço da energia.
Os arquitectos sensibilizam e bem para a importância do isolamento térmico.
Mas também temos responsabilidades sociais.
Assim, muitas construções de imensas famílias não têm possibilidades de incorporar esta solução. Assim sendo a única opção trata-se de usar equipamentos para produzir calor.
Em Portugal o aquecimento a gás, a biomassa ou gasóleo tem-se tornado insuportável. As bombas de calor obrigam a um sistema mais complexo e rentável apenas para casas de maior dimensão. O arcondicionado é também ele demasiado danoso para o ambiente.
Resta apenas aos mais desfavorecidos que permaneçam longos períodos em casa o uso de aquecedores que tirem partido da tarifa bi-horária. Consomem mais durante a noite e libertam mais durante o dia consumindo menos.
Para famílias desfavorecidas creio que será sem dúvida a melhor opção.
No fundo, creio que cada arquitecto no nosso gabinete tem também um papel social a desempenhar.



poupança de energia com aquecedor acumulador

31/03/2012

Arquitectos e a Natureza

Arquitectos e Natureza : o recuperar de uma ligação perdida
Creio que poderemos reflectir um pouco mais sobrea relação da arquitectura com a Natureza. Ultimamente temos debatido no atelier de arquitectos onde trabalho a forma como aproveitamos os recursos naturais que temos no modo de fazer arquitectura e como temos de recuperar o atraso relativamente aos magníficos exemplos da arquitectura popular ou arquitectura tradicional portuguesa.

Recuperação do Exemplo da arquitectura tradicional ou popular de Monsanto
Monsanto é exemplo perfeito do modo como os arquitectos deverão relacionar a arquitectura com a Natureza. Nenhuma operação de alteração da topografia foi necessária, as edificações aproveitam as rochas existentes para construir parte da estrutura ou fundações, a estrutura e acabamentos é totalmente produzida a partir de materiais locais ( carvalho nas madeiras, granito nas paredes, cerâmica nas telhas, tecidos de lã de ovelha).
Existirá melhor exemplo de reciclagem ou aproveitamento de recursos naturais existentes? Não deveremos nós recuperar ou reabilitar estes exemplos. Quantos exemplos semelhantes a estes existirão a precisar de reabilitação e recuperação?
Deixo-vos então as imagens de Monsanto...
Monsanto - Arquitectos amigos da Natureza

Monsanto - Arquitectura tradicional ou arquitectura popular

Arquitectos populares amigos do ambiente em Monsanto

29/02/2012

Reabilitação de edifício - arquitectos

Reabilitação de edifício - arquitectos - Reflexão sobre o tema

A reabilitação de edifícios tem nos últimos tempo sido alvo de intensos debates sobre se custa mais ou menos que produzir um edifício de raíz.
Creio que o debate entre os arquitectos se está um pouco a desviar daquilo que é fundamental: os custos para o planeta. Nesse aspecto creio que mais importante que a reabilitação dos edifícios do centro histórico deveremos colocar a questão da reabilitação da cidade enquantro centro.
Isto porque centralizar é reduzir os custos com transportes, os movimentos pendulares e libertar solo para actividades mais amigas da natureza.
Pouco existiu tão danoso para o ambiente como o desastre do subúrbio.
O solo é consumido sobre um manto de pseudo-relação com a natureza que apenas a esgota e a reduz a uma simples caricatura de relvado verde.
Acho que os arquitectos precisam de divulgar o fundamental : centralizar é preciso.
Senão, teremos o desastre de novo...


arquitecto e o repensar o centro das cidades...

31/01/2012

Arquitectos e pavimentos sustentáveis

Arquitectos e pavimentos sustentáveis
Creio que debatemos pouco a questão dos acabamentos sustentáveis e da construção amiga do ambiente.
Com os meus colegas arquitectos colocamos na parede constantemente os acabamentos que não produzem tanto dano ao ambiente e cujo custo se mantém aceitável e funcional. Por razões diversas para os pavimentos vou destacar a cortiça, o bamboo, coco, linóleo, borracha natural e carpete reciclada.




Cortiça
Comum entre nós, a sua principal razão de ser ecológica é o facto de preservar o ciclo da árvore e o seu uso assegurar a rentabilidade económica da manutenção da própria árvore. Ao mesmo tempo é 100% reciclável.
cortiça


















Bamboo
Sem formaldeído são absolutamente recicláveis e resultam de uma planta de rápido crescimento que pertence à família da relva. Sem consumir recursos desnecessários o seu uso não contribui para a desflorestação do planeta.

bamboo

















Linóleo
O Linóleo natural é uma mistura de sementes, resinas, restos de raízes, desperdíçios de cortiça e madeira com uma resina que tudo aglutina. O seu uso recicla material e contribui para a não desflorestação do planeta. Ao mesmo tempo é completamente biodegradável.

linóleo















Borracha
Os pavimentos derivados da árvore da borracha são uma fonte completamente inesgotável de material, uma vez que a árvore se mantém e não é abatida. É preciso não confundir com a borracha sintética derivada do petróleo.

borracha natural



















Carpete reciclada
São formadas for fibras naturais e reciclam material poupando os recursos das florestas. As carpetes de polietileno são também completamente recicláveis e resultantes de produtos reciclados.
carpete reciclada de polietileno


















Coco
O pavimento de coco resulta das árvores de 85 a 60 anos que não produzem mais fruto e têm necessariamente de ser abatidas. O seu uso protege a floresta e garante-se a substituição da árvore em apenas 5 anos.

pavimento de coco





















Deste modo a todos os arquitectos peço:
Usem pavimentos sustentáveis e amigos do ambiente!